Em quanto voltávamos para o pátio do campo de concentração, ouvimos alguns tiros, era uma marcha dos presos em adoração a Hitler, eles estavam odiando fazer aquilo, era por pura obrigação, voltei para a minha cabana junto com o garoto, ele não parecia cansado, então resolvi perguntar a ele, o por que de não estar cansado e ele respondeu:
- Eu não venho de muito longe, minha cidade fica a alguns quilômetros daqui e algumas pessoas me trouxeram no colo, porém já faz algum tempo que não tenho família, eles vieram parar num campo de concentração como esse e desde então não os vi mais.
A historia do garoto me comoveu e resolvi ajuda-lo, ele precisava de alguém para ajudar a superar tudo que ele passou, e então eu disse a ele:
- Se eles foram parar num campo de concentração, eles podem estar por aqui, este campo é grande, então pode ser que os encontremos logo.
Peguei o garoto pelo braço e fomos encontrar os pais deles, perguntei se ele podia reconhecê-los ainda e ele respondeu balançando a cabeça que sim. Fomos a todos os lugares do campo, e perto de uns guardas, achamos uma mulher com uma cara triste e totalmente desidratada, o menino gritou bem alto chamando por sua mãe e as lagrimas escorrendo pelo seu rosto, ele correu até ela abraçando-a fortemente, até que uma luz pairo sobre os dois e um guarda apareceu fitando eles, e disse:
- EI, VOCÊS AI, VOLTEM PRA CABANA DE VOCÊS, ESTÁ NA HORA DO TOQUE DE RECOLHER.
Peguei-os e os levei pra cabana minha cabana, lá o menino perguntou a sua mãe ainda chorando de emoção por reencontrar sua mãe:
- Onde está o papai? Há quanto tempo a senhora está aqui.
- Tem cinco meses que estou aqui, seu pai, bem... Na caminhada pra cá, aconteceu que seu pai tentou discutir com guarda pra me ajudar, eu estava passando mal, não conseguindo mais andar e aos poucos fui perdendo os movimentos do corpo, até que cai, seu pai parou pra me ajudar e então os guardas obrigaram-nos a continuar assim mesmo, seu pai não satisfeito discutiu com o guarda e então o guarda bateu com a arma no rosto dele. Seu pai ficou lá caído, se contorcendo de dor, uma homem me carregou pelo braço e me ajudou a continuar a caminhada, quando estávamos a 100 metros de onde seu pai estava caído, dois guardas pegaram seu pai e passaram pela gente levando seu pai, em quanto passavam pela gente, um deles disse “Esse aqui vai ser a cobaia, se com esse num der certo, podemos desistir do projeto.” Depois de algumas semanas andando, chegamos aqui e desde então eu tenho achar um meio de escapar e sai desse lugar.
Mas eu ainda tinha uma duvida a esclarecer que não saia da minha cabeça e perguntei:
- Mas como vocês vieram parar aqui? E por que seu filho não veio na mesma época?
- Estávamos em casa, se preparando pra jantar em quanto no radio passava noticias sobre a guerra, era cada noticia horrível, até que ouvimos uma sirene e homens gritando sobre os judeus, pensávamos que Hitler jamais chegaria a nossa cidade, vivíamos tranquilamente, mas eles conseguiram mudar a mente daquelas pessoas tão rápido que em alguns minutos guardas já estavam batendo em nossa casa, para proteger nosso filho, o mandamos fugir e se esconder em uma lata de lixo no beco atrás da casa, por pouco eles não pegaram ele também.